O satélite experimental LignoSat foi desenvolvido pela Universidade de Kyoto, no Japão, e a madeireira Sumitomo Forestry.
Em junho de 2023, o Olhar Digital noticiou um projeto inusitado elaborado por uma equipe de pesquisadores do Japão: um satélite de madeira. O LignoSat Space Wood Project iniciou em abril de 2020, com o objetivo de testar a capacidade da madeira para suportar as condições da órbita baixa da Terra.
E agora, quatro anos depois, o equipamento ganha uma previsão de data para ser enviado ao espaço. De acordo com o jornal Japan Times, o satélite experimental, chamado LignoSat, desenvolvido por cientistas da Universidade de Kyoto e da madeireira japonesa Sumitomo Forestry, deve ser lançado em setembro para a Estação Espacial Internacional (ISS), de onde será colocado em órbita.
Sobre o satélite de madeira do Japão
O LignoSat é um cubo minúsculo que tem 10 cm de cada lado e pesa quase um quilo. Ele foi criado usando uma técnica tradicional japonesa que não requer parafusos ou cola e é equipado com painéis solares externos.
As partes do satélite que normalmente seriam construídas a partir de alumínio são, em vez disso, trabalhadas a partir de madeira de magnólia. Esse tipo de madeira foi selecionado “por sua resistência e trabalhabilidade depois que testes de exposição espacial foram realizados em cavacos de madeira de cereja, bétula e magnólia”, informou o Japan Times.
Esses testes foram feitos em 2022 e consistiram em um pequeno painel com amostras das três diferentes madeiras que ficou exposto no espaço por cerca de 10 meses. As amostras foram enviadas de volta para Terra em janeiro de 2023, onde passaram por uma série de análises.
Cerca de um mês depois de chegar ao laboratório orbital, o satélite será implantado a partir do módulo Kibo, do Japão. Os pesquisadores estudarão como ele se sustenta no ambiente hostil do espaço, coletando dados sobre expansão, contração e degradação da madeira, juntamente com a temperatura interna e o desempenho dos equipamentos eletrônicos.
Se o LignoSat se sair bem, novas portas podem se abrir para reduzir o impacto ambiental das reentradas de satélites. Os equipamentos tradicionais podem depositar partículas metálicas nocivas na atmosfera da Terra quando caem de volta ao nosso planeta e queimam no ar.
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