A famosa mancha solar AR3664, responsável pela maior tempestade solar dos últimos 21 anos , está de volta. Ela sobreviveu a uma rotação completa de nossa estrela e apareceu novamente no lado voltado à Terra, trazendo mais explosões intensas, auroras e possíveis apagões. Confira a atividade do Sol dos últimos dias.
A mancha solar AR3664
Em 10 de maio deste ano, a Terra foi atingida pela maior tempestade geomagnética desde 2005 . O evento foi marcado por auroras boreais e austrais em várias regiões do planeta, incluindo latitudes onde esses fenômenos não costumam ocorrer.
Nas horas seguintes, a tempestade, até então classificada como G4 (severa) evoluiu para G5 (extrema), a classificação máxima da escala utilizada pelos cientistas. Com isso, ela se tornou a mais forte desde as tempestades de Halloween, em 2003.
O evento foi causado por uma série de fenômenos solares, começando pela torção complexa de campos magnéticos no Sol, resultando na formação de manchas solares . Esse processo é comum e ocorre com maior frequência durante os picos dos ciclos solares de 11 anos.
Em maio, as torções magnéticas formaram a região de manchas solares AR3664, que logo se tornou quase tão grande quanto aquela do famoso Evento de Carrington — a maior tempestade solar já registrada na história. A AR3664 era tão grande que caberiam nela 15 Terras enfileiradas.
Após os eventos da tempestade solar do dia 10 de maio, a mancha gigante completou metade de uma volta do Sol e escondeu-se no lado afastado de nossa estrela. Em outras palavras, não estava mais voltada em nossa direção.
Nesse período, ela emitiu grandes explosões, incluindo uma provável X12 , que acabou atingindo Vênus (acima) e quebrou todos os recordes do atual ciclo de 11 anos. Após outras erupções intensas, ela completou uma rotação solar inteira e reapareceu no lado esquerdo do disco solar. Agora, seu nome é AR3697.
Essa mancha ainda reservou muito para nos mostrar, e provou isso com uma grande explosão classificada como X2.8. Mas talvez haja uma pegadinha aqui: esse evento pode ter sido muito mais poderoso do que parece.
O problema com a classificação de X2.8 é que, na posição atual da mancha, nenhuma das espaçonaves que monitoram as explosões solares (SDA, Solar Orbiter e os próprios telescópios terrestres) podem observá-la por completo. É como se a AR3664 estivesse em um ponto cego, de onde podemos ver apenas uma parte das emissões eruptivas.
Isso significa que os cientistas não podem estimar com muita convicção a magnitude da erupção que essa mancha nos trouxe. De qualquer forma, embora o evento tenha desencadeado uma ejeção de massa corona (CME) — uma nuvem de plasma que gera as tempestades solares —, ela não atingirá nosso planeta.
No vídeo acima, você viu a explosão enigmática (X2.8 ou superior) da AR3697 (antiga AR3664), enquanto o de baixo mostra a CME disparada por este evento. Essas são as boas vindas com que elas nos recebe de volta, alertando que ainda pode causar muitas auroras boreais/austrais.
Atividades solares anteriores
Outros eventos interessantes chamaram a atenção dos cientistas que tentam compreender melhor o mecanismo por trás das tempestades solares. Um deles foi a erupção de um enorme filamento de plasma no dia 23, que desencadeou uma CME que causou uma tempestade geomagnética fraca no dia 26.
No dia 24, uma erupção incrível também iluminou ainda mais o lado direito do disco solar, sem maiores consequências para nosso planeta.
Novas grandes manchas a caminho
Além da AR3697 (antiga 3664), há outras duas grandes manchas solares no lado afastado do Sol que devem surgir no lado voltado para a Terra: as regiões 3670 e 3673, que podem trazer algumas surpresas.
O monitoramento das espaçonaves que observam nossa estrela no lado oposto mostra que são magneticamente complexas e capazes de produzir grandes eventos. Essas manchas devem aparecer no lado visível do Sol dentro de 5 dias, aproximadamente. Com todas essas novidades, podemos esperar apagões de rádio nos próximos dias.
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