Criptomoedas recuam em meio a aumento dos temores de uma recessão nos EUA
O bitcoin (BTC) até esboçou uma recuperação nesta sexta-feira (6) logo após a divulgação do Relatório de Emprego dos Estados Unidos relativo a agosto, mas virou para forte queda depois da abertura das bolsas americanas. Com a baixa de hoje, a maior das criptomoedas em valor de mercado acumula perdas de 8,4% em sete dias, ao passo que o ether (ETH), a segunda maior, recua 6,1% no mesmo período.
Do lado macroeconômico, o Relatório de Emprego revelou a criação de 142 mil vagas de trabalho no mês passado, número bem menor do que os 161 mil esperados pelos economistas. Já a taxa de desemprego na maior economia do mundo se manteve em 4,2%, em linha com as projeções. O indicador tornou ainda mais certo que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FoFomc) irá reduzir as taxas de juros dos EUA no dia 18 deste mês, mas também reforça os temores daqueles que acreditam que os EUA estejam caminhando rumo a uma recessão, algo que teria efeitos bastante negativos para os mercados de renda variável como o dos criptoativos.
Perto das 12h19 (horário de Brasília) o bitcoin cai 4,5% em 24 horas, cotado a US$ 53.978 e o ether, moeda digital da rede Ethereum, tem queda de 4,1% a US$ 2.278, conforme dados do CoinGecko. O valor de mercado somado de todas as criptomoedas do mundo é de US$ 2,02 trilhões. Em reais, o bitcoin apresenta desvalorização de 4,07% a R$ 305.169, enquanto o ether recua 4,36% a R$ 12.802 de acordo com valores fornecidos pelo MB.
Entre as altcoins (as criptomoedas que não são o bitcoin), a solana (SOL) cai 3,3% a US$ 127,59, o BNB (token da Binance Smart Chain) tem baixa de 2,7% a US$ 488,76 e a avalanche (AVAX) recua 1,2% a US$ 21,18.
Segundo Bernardo Bonjean, fundador da Metrix, mesmo diante das quedas recentes, o hashrate do bitcoin (quantidade de poder computacional contribuído para a blockchain por meio da mineração) atingiu a máxima histórica acima de 740 milhões TH/s (740 trilhões de hashes por segundo). “O alcance desta marca aponta para a sustentabilidade e robustez da rede a longo prazo”, diz Bonjean.
Entre os fundos negociados em bolsa (ETFs) de bitcoin à vista negociados nas bolsas americanas, ontem foi registrado saldo líquido negativo de US$ 211,1 milhões, o sétimo pregão consecutivo com saída de capital. O mais atingido pelos saques foi o FBTC, da Fidelity, com US$ 149,5 milhões.Entre os ETFs de ether, o fluxo foi levemente negativo em US$ 200 mil, impulsionado por um excesso de vendas de cotas em relação às compras de US$ 7,4 milhões no ETHE, da Grayscale.
Fernando Szterling, head da Bipa Premium, destaca que o bitcoin continua sob pressão e o índice Fear & Greed (Medo e Ganância, na tradução literal) está atualmente nos 22 pontos para as criptomoedas. Números de 0 a 50 indicam predominância do medo, enquanto aqueles de 50 a 100 mostram uma prevalência da ganância, de modo que quanto mais próximo do do zero, maior é o temor dos investidores. “Os mercados continuam receosos com o risco de recessão nos EUA, e este é o principal fator de pressão sobre o bitcoin, além das eleições presidenciais”, avalia Szterling.
O analista diz que não há nenhum fator intrínseco ao ecossistema de bitcoin que explique a queda da moeda digital, de modo que a correção pode ainda ser vista como uma oportunidade de compra.
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